sexta-feira, 4 de abril de 2008

AMÁLIA RODRIGUES - A maior!


«Amália da Piedade Rodrigues nasceu em Lisboa, filha de pais naturais da Beira Baixa, radicados na capital. A data certa do nascimento é desconhecida: em documentos oficiais nasceu a 23 de Julho, mas Amália sempre considerou que nascer a 1 de Julho de 1920.

Educada pela avó desde os 14 meses, canta pela primeira vez em público em 1929 numa festa da Escola Primária da Tapada da Ajuda.

Aos 14 anos, Amália, vai viver com os pais e os irmãos, que entretanto regressam a Lisboa, com 15 anos, Amália acompanha a mãe e a irmã a vender fruta para o Cais da Rocha, em Alcântara. Anda dois anos pelo cais. É então que se torna notada no bairro pelo timbre especial da sua voz, o que a leva a ser escolhida para solista da Marcha de Alcântara, estreando-se em 1936 pelas ruas de Lisboa.

Amália estreia-se no Retiro da Severa, em 1939, acompanhada por Armandinho, Jaime Santos, José Marques, Santos Moreira, Abel Negrão e Alberto Correia, interpretando três fados. Num espaço de poucos meses, passa também a actuar no Solar da Alegria e no Café Luso. Amália torna-se rapidamente o nome mais famoso de todos os ídolos do fado. Por onde actua faz esgotar lotações; os preços dos bilhetes sobem mal é anunciada. Em poucos meses atinge uma popularidade tal que o seu cachet é de longe o maior até então pago a uma fadista.

Estreia-se em 1940 no Teatro, como atracção da revista "Ora Vai Tu", no Teatro Maria Vitória. Até 1947, Amália aparece em várias revistas e operetas criando no Teatro fados e canções de grande sucesso, e conquistando assim um público muito mais vasto. Surge depois na revista do teatro Variedades " Espera de Toiros" ao lado de Mirita Casimiro, Vasco Santana e Santos Carvalho.

Amália actua pela primeira vez no estrangeiro, a 07 de Fevereiro de 1943 em Madrid, a convite do embaixador Pedro Teotónio Pereira.

Em Setembro de 1944, Amália viajou para o Brasil acompanhada pelo maestro Fernando de Freitas para actuar no mais famoso casino da América do Sul: o Casino Copacabana. Com 24 anos Amália estreia já um espectáculo inteiramente concebido para ela. A recepção é tal que o seu contrato inicial de 4 semanas se prolongará por 4 meses. É no Rio de Janeiro que nasce um dos seus maiores sucesso de sempre, "Ai, Mouraria" que Amália estreia no Teatro República do Rio em 1945. Amália grava pela primeira vez no Rio de Janeiro uma série de discos de 78 rotações. São estas gravações que vão levar a sua voz por toda a parte dando início a uma das mais excepcionais carreiras discográficas.

A estreia no cinema ocorreu em 16 de Maio de 1947, com o filme "Capas Negras" de Armando Miranda, que bate todos os recordes de exibição até então, com 22 semanas em cartaz, no cinema Condes.

Pela sua interpretação no filme " Fado-História de uma cantadeira", Amália recebe o Prémio do SNI para a melhor actriz de cinema do ano.

Em Abril de 1949 cantou pela primeira vez em Paris, no Chez Carrère e em Londres no Ritz, em festas do departamento de Turismo organizadas por António Ferro.

Um marco decisivo na internacionalização de Amália é a sua participação, em 1950, nos espectáculos do Plano Marshall; um programa de apoio Americano à Europa do pós-guerra onde participam os mais importantes artistas de cada país. O êxito repete-se por Trieste, Berna, Dublin e Paris. Amália começa a dar que falar pela Europa. Em Roma, Amália actua no Teatro Argentina, sendo a única artista ligeira num espectáculo em que figuram os mais famosos cantores clássicos do momento.

Em 1952 Amália actua pela primeira vez em Nova Iorque, no La Vie en Rose, onde ficará 14 semanas em cartaz. Torna-se na primeira artista portuguesa a actuar na televisão americana no famoso programa "Coke Time with Eddie Fisher", onde interpreta "Coimbra" .

Assina contrato nesse ano com a casa Valentim de Carvalho, fazendo as suas primeiras gravações para a companhia discográfica nos estúdios da EMI inglesa, em Londres.

Em 1954 Amália participou no filme "Os Amantes do Tejo" de Henri Verneuil, produção francesa parcialmente rodada em Portugal, com Daniel Gélin e Trevor Howard. No filme Amália interpreta "Canção do Mar" e "Barco Negro", que correm mundo arrastadas pelo sucesso do filme.

Também em 1954 edita o seu primeiro LP: "Amália Rodrigues sings Fado from Portugal and Flamenco from Spain", publicado nos EUA pela Angel Records. Este álbum nunca será editado em Portugal com este alinhamento, mas conhecerá edições em Inglaterra e, em 1957, também em França.

Em 1955, no meio de grande expectativa, Amália estreia-se como actriz dramática na célebre peça de Júlio Dantas "A Severa" levada à cena no teatro Monumental, este drama criado em 1901 é uma versão romantizada da vida da mítica fadista Maria Severa. Esta produção de Vasco Morgado contava com Amália no papel de Severa e Paulo Renato como Marialva.

Também em 1955, filma "April in Portugal" filme inteiramente dedicado a Portugal e ás suas belezas naturais, em Technicolor e Cinemascope. Estreado em Londres em 1955, este filme, em que Amália interpreta "Coimbra" e "Canção do Mar" foi premiado nos festivais de Berlin e Mar del Plata.

Em nova deslocação ao México, filma "Musica de Siempre" com Edith Piaf.

Em Abril de 1956, Amália, actua pela primeira vez no Olympia de Paris, numa das festas de despedida de Josephine Baker. Dias mais tarde, estreia-se no Olympia como "vedeta americana", encerrando a primeira parte do espectáculo. O sucesso é tal que, terminadas as três semanas do contrato, Amália é convidada para o prolongar mais três semanas. No ano seguinte, estreia-se como primeira vedeta no Olympia de Paris. Em menos de três anos, Amália atinge em França o máximo do prestígio e da popularidade.

Em 1961, Amália casa-se no Rio de Janeiro com o engenheiro César Seabra e anuncia que vai abandonar a carreira artística passando a viver no Brasil. Um ano depois Amália regressa a Lisboa.

Em 1962, Amália inicia aquela que será a grande viragem da sua carreira: o encontro com a música de Alain Oulman. Este compositor, ligando uma melodia carregada de ambiente a uma forma definida mas ampla faz música que permite a Amália cantar poetas que até então não cabiam no fado clássico.

É editado o célebre LP "Amália Rodrigues", mais conhecido como "Busto" ou "Asas fechadas" serão publicados no início de 1963, espalhados por três EP´s.

Este trabalho representa uma grande viragem na sua vida artística e aí canta temas como "Estranha forma de vida" e "Povo que lavas no rio", de Pedro Homem de Melo.

Em 1964 Amália regressa ao Cinema com o Filme "Fado Corrido" de Brum do Canto baseado num conto de David Mourão Ferreira", onde mais uma vez lhe dão um papel de fadista.

Em 1965, Amália atinge a sua melhor interpretação no cinema em "As Ilhas Encantadas" do estreante Carlos Vilardebó, baseado numa novela de Herman Melville. Neste filme, diferente de todos os outros da sua carreira, Amália pela primeira vez não canta. Amália volta a receber o prémio de melhor actriz com "As Ilhas Encantadas" e no ano seguinte aparece no filme francês "Via Macau".

É durante as filmagens nos Açores que conhece Augusto Cabrita, que se transformará até à sua morte, no seu fotógrafo oficial.

Em 1967, Amália recebe o prémio MIDEM atribuído ao cantor que mais vendas teve no seu país com o disco "Vou Dar de Beber à Dor". O prémio MIDEM de 68 e 69 é-lhe de novo atribuído, uma proeza excepcional só igualada pelos Beatles.

Amália edita "Vou dar de beber à dor", uma composição do estreante Alberto Janes que se tornará num dos seus maiores êxitos com mais de 100 mil cópias vendidas.

Actua pela primeira vez na União Soviética em 1969.

Em 1970, Amália atinge o auge da sua carreira discográfica em "Com que Voz" onde, sempre com música de Alain Oulman, canta alguns dos maiores poetas da língua portuguesa. Este disco conquista para Amália os mais importantes prémios da indústria discográfica: IX Prémio da Critica Discográfica Italiana (1971), o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de Paris (1975).

Em Janeiro de 1970, Amália parte para Roma para actuar no Teatro Sistina em Roma. O sucesso foi tal que o fenómeno "Amália" se espalha por Itália. Começava então "La Folia per La Rodrigues".

Em inícios da década de 1970, Amália canta pela primeira vez em Tokyo e também o Japão, apesar de tão longínquo e com uma cultura tão diferente, se rende ao fascínio de Amália . Desde então sucedem-se as tournées pelo Japão abrangendo várias cidades.

Edita o segundo álbum de folclore com orquestra, "Amália canta Portugal II"; é também o ano de "Oiça lá ó senhor Vinho" e do LP "Cantigas de Amigos" onde Ary dos Santos e Natália Correia participam declamando poesia medieval portuguesa acompanhada à guitarra e à viola. Lança "Amália canta Portugal III", também conhecido por "Folclore à Guitarra e à Viola".

Em 1976 são editados "Amália no Canecão", álbum ao vivo que regista parte do show de Amália naquele palco brasileiro em 1973, e "Cantigas da Boa Gente", compilação de material lançado anteriormente em singles e Eps. Também neste ano canta no Théâtre de Champs Elysées, em Paris. É publicado pela UNESCO o disco "Le cadeau de la vie", onde figura ao lado de Maria Callas, John Lennon, Yehudin Menuhim, Aldo Ciccolini, Gyorgy Cziffra e Daniel Barenboim.

No ano de 1977 editadas mais duas compilações – "Fandangueiro" e "Anda o Sol na Minha Rua" – de um novo single de Alberto Janes, "Caldeirada", e de "Cantigas numa língua antiga", primeiro álbum de material original de Amália em três anos, embora dele façam parte alguns temas já anteriormente registados pela fadista, aqui gravados em novas versões.

Em 1980, Amália edita "Gostava de ser quem era", o seu primeiro álbum de material inédito em três anos, composto por dez fados originais com letras da própria Amália, escritas em sua casa durante a convalescência de uma doença.Nesse período, Amália grava dois discos inteiramente com versos seus, "Gostava de Ser Quem Era" e "Lágrima".

Também em 1980 recebeu do Presidente da Republica a condecoração de grande oficial da ordem do infante D. Henrique. Logo em seguida é homenageada pela Câmara de Lisboa.

Amália edita, em 1982, com poucos meses de intervalo, "O senhor extra-terrestre", um maxi-single com duas canções de Carlos Paião, e "Fado", um novo álbum de estúdio composto exclusivamente por novas gravações de composições de Frederico Valério, muitas delas criadas por Amália.

Em 1983, é editado o álbum "Lágrima", composto por 12 originais gravados durante 1982 e 1983, de novo com letras suas. Será o seu último disco de material inédito até à edição de "Obsessão", em 1990.

É editado, em 1984, "Amália na Broadway", que reúne oito standards de musicais americanos gravados por Amália em 1965 nos estúdios de Paço de Arcos com o maestro inglês Norrie Paramor, mas nunca antes editados em disco.

A 19 de Abril de 1985, Amália dá o seu primeiro grande concerto a solo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. O sucesso do Coliseu repete-se em Paris onde Amália é condecorada pelo Ministro da Cultura Jack Lang com o mais alto grau da Ordem das Artes e das Letras. E de Paris de novo parte para o mundo.

Em Julho é editado o duplo álbum "O melhor de Amália – Estranha forma de vida", que reúne 24 dos mais populares e aclamados fados de Amália e atinge o 1º lugar do top de vendas, mantendo-se oito meses no top e vendendo para cima de 100 mil exemplares. Na sequência do êxito, é editado um segundo álbum compilação, "O melhor de Amália volume II – Tudo isto é Fado", que ultrapassa as 50 mil cópias vendidas e atinge o 2º lugar do top.

A partir de 1985, o dia 6 de Outubro, em Toronto, no Canadá, passa a ser o dia oficial de Amália Rodrigues.

Em 1987, é editada a biografia oficial de Amália, "Amália – Uma biografia", por Vítor Pavão dos Santos, director do Museu Nacional do Teatro, jornalista e talvez o maior admirador de Amália em território português. Este livro tornou-se numa imprescindível referência para quem queira conhecer melhor a artista e tem sido a base de muito do trabalho jornalístico sobre Amália, inclusivamente deste site. O primeiro CD de Amália é editado em Portugal: "Sucessos", uma compilação concebida originalmente para o mercado internacional, e que apenas ficará em catálogo até se iniciar a transferência para CD dos vários álbuns de Amália.

É também lançado neste ano, o triplo-álbum de luxo "Coliseu 3 de Abril de 1987", que regista na íntegra o concerto de Amália no Coliseu de Lisboa naquela data. Obtém o Disco de Ouro e atinge o 13º lugar dos tops.

Em 1989, comemorando os 50 anos de carreira de Amália, a EMI-Valentim de Carvalho edita "Amália 50 anos", uma colecção de oito duplos-álbuns ou CD´s temáticos agrupando muitas das gravações de Amália para a companhia, entre os quais várias raridades e gravações inéditas.

Em Portugal sobre o patrocínio do Presidente da Republica Mário Soares, de quem recebe a Ordem Militar de Santiago de Espada, as comemorações são um verdadeiro acontecimento a nível nacional. Estas festividades, prolongam-se numa grande tournée mundial.

Em 1990 é editado "Obsessão", o primeiro álbum de material original e inédito de Amália em sete anos, composto por temas gravados durante o interregno.

É editada, em 1991, a cassete de vídeo "Amália live in New York City" registo do concerto no Town Hall de Novembro de 1990. Recebe do presidente francês, Georges Miterrand, a Legião de Honra.

Em 1992 é editado o CD "Abbey Road 1952", que reúne a totalidade das primeiras gravações realizadas por Amália para a Valentim de Carvalho nos estúdios de Abbey Road em Londres.

Em 1995, é editada pela primeira vez em CD a compilação "Estranha forma de Vida – O melhor de Amália" e a RTP transmite, ao longo de uma semana, a série documental "Amália – uma estranha forma de vida", cinco episódios de uma hora dirigidos por Bruno de Almeida incluindo muitas imagens de arquivo provenientes dos cinco cantos do mundo e nunca antes exibidas em Portugal.»
(TRANSCRITO)

Amalia Rodrigues - Povo que lavas no rio (1961)




Amalia Rodrigues - The Art of Amalia

01. Nem As Paredes Confesso
02. Maldicao
03. Fado Portugues
04. Ai Mouraria
05. Vou Dar De Beber A Dor
06. Barco Negro
07. Gaivota
08. Povo Que Lavas No Rio
09. Estranha Forma De Vida
10. Ha Festa Na Mouraria
11. Uma Casa Portuguesa
12. Lisboa Antiga
13. Coimbra
14. Maria Lisboa
15. Havemos De Ir A Viana
16. Primavera
17. Com Que Voz
18. Foi Deus

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Amália Rodrigues - Segredo

01. Medo
02. Primavera
03. As mãos que trago
04. Longe daqui
05. Minha boca não se atreve
06. Amor sem casa
07. Verde pino, verde mastro
08. Não é desgraça ser pobre
09. É da torre mais alta
10. Abril
11. Procura
12. Cansaço

(Um disco gravado entre 1965 e 1975 que só saio para o mercado em 1997)

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Amália Vídeoclip - Estranha forma de vida (Expo 98)

5 comentários:

Anónimo disse...

eu sabia que aqui ia ter!
Lembrei na hora!
AAeee
esse seu blog eh muito bom!

Sério Baralho disse...

Muito obrigado, Anónimo!
O própro agradeçe!
São mensagens como esta que fazem com que eu continue a trabalhar neste blogue com gosto, amigo!
Abraço!

Anónimo disse...

Amigo, estou procurando há um tempão Amália Rodrigues - O Melhor de Amália - (DELUXE EDITION) - 4 CD - Cd 4

na versão FLAC. Alguma dica?
Meu email é dmerces@hotmail.com.

Abraço e obrigado pelos links.

Sério Baralho disse...

Eu é que agradeço, amigo(a) Anónimo(a).
Lamento mas não te consigo ajudar.
Abraço.

Carlos Ferreira disse...

TENHO ESSA O Melhor de Amália - (DELUXE EDITION) - 4 CD - Cd 4
QUE ESSE USUÁRIO DESTE BLOGUE SOLICITA.
TAMBÉM OUTROS 90 CD´S DE AMÁLIA RODRIGUES, É UMA COLEÇÃO SEMPRE EM ANDAMENTO. EM 2020 VAI SAIR PELO MENOS DUAS NOVAS EDIÇÕES INÉDITAS, QUE TAMBÉM ESPERO ADEQUIRIR COMO COLECIONADOR.