Estou agora a fazê-lo e parece que vale a pena.
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Summer Sun
«(...)"banda" neo-jazz que aprecio há bastantes anos. Refiro-me aos suecos Koop, composta somente pelo duo Magnus Zingmark e Oscar Simonsson, que praticam uma sonoridade electronica/jazz muito elaborada.
Eles vivem em estado de graça (curisoamente a expressão utilizada para o best of deles, que no entanto, tem um outro significado relacionado com o ponto do declinio). Com uma colectânea como "Coup de grâce" por aí nos escaparates, nada melhor que revisitar a discografia dos Koop. Uma tarefa que me levará a cingir, desta vez (espero fazer um outro complementar a este), pelos registos em nome próprio, descartando as imensas edições de remixes que foram surgindo.
O primeiro álbum dos Koop foi o ponto de encontro que tive, devido ao projecto estar associado à corrente trip-hop. Na verdade, este primeiro álbum não era simplesmente trip-hop pois com ele os Koop pareciam pretender encontrar um rumo criativo e assimilaram diversos estilos das então novas tendências da altura. Há maioritariamente trip-hop mas também algum drum'n'bass, downtempo, jazzy vibes e até uma ligeira pincelada house.
Há traços em comum com projectos como os Massive Attack (também os vocalistas são todos contratados), os The Avalanches (é tudo à base de samples mas os Koop usam-nos com um sentido de recriar um som de banda maior e não os recortes de corta-e-cola), há um permanente tom jazzy como faziam os De-Phazz nos anos 90 e no inicio uma sensibiliadde delicada de arranjos que faziam lembrar os Alpha (quando estes começaram) e por fim, uma capacidade (no inicio) de criar uma atmosfera sonora como os Thievery Corporation, de contornos melancólicos, dolentes e algo depressivos como muito bem faziam os Portishead.
Depois evoluíram e passaram a recriar uma sonoridade mais neo-jazz dançante para ambientes chill-out, muito semelhante a Nicola Conte por exemplo, o que neste género faz dos Koop os reis deste estilo.
"Sons of Koop" é um dos melhores álbuns que a minha estante de CD's alberga. Este álbum parece ter sido concebido com a mesma matéria que povoa os nossos sonhos (e pesadelos), onde recriar sonoramente uma estranha viagem pelos confins do sonho, com as mudanças de rumo não-linear típicas de quando estamos a sonhar.
Logo pelo arranque com o curto instrumental "Introduktion", seguido da impressionante "Glömd" (voz de Cecilia Stalin), que a sensação desta sonoridade fresca e revigorante se instala. Eu vejo este registo como uma requintadada arquitectura sónica, cujo inicio é jazzistico q.b. (com pinceladas de batida house), contudo, a mutação do som conduz-nos a um pesadelo depressivo de expressão trip-hop (a fabulosa faixa "Psalm") maquinal, e evolui para faixas onde tanto o ar pode ser rarefeito (em "Bjarne Riis") ou arrancar para o espaço sideral (com "Absolute Space").
O pesadelo instala-se e o que se sucede é tranquilidade ("Words of Tranquility") e um pedido de salvação (com a magistral "Salvation" a melhor canção do álbum) em voz soul. E chega realmente o apziguamento, quer por poesia (que se escuta mesmo no fim) ou pelo admitir que tudo não é mais que um sonho (na trip-hop low-fi "Once Britten").
(...)
Com um álbum de estreia tão bom, eu próprio tinha-os na altura já num pedestal tão alto, que a longa espera por um novo registo era algo que fervia. Pois bem, ele lá chegou em 2001 e foi resgatado numa FNAC imediatamente, sem prévia escuta sequer. Foi chegar a casa e preparar-me para o mais puro deleite da electrónica dos Koop. E mal o disco começa que algo pareceu estranho demais para o que esperava.
"Epa?! Mas isto... isto é mesmo jazz. Apenas jazz, caralho?!
O que acoenteceu ao trip-hop e quejandos electronicos do "Sons Of Koop"?"
A verdade era mesmo esta:
este era um álbum de neo-jazz, cuja sonoridade continuava refrescante, com noções de execução ao estilo da electrónica mas que não se notava estar presente. Depois todo o swing imparável, som frenético, fortes linhas de contra-baixo e as mini-orquestras de suaves arranjos de cordas... foi-me conquistando aos poucos, escuta após escuta... e sim era mesmo muito bom.
Tive de admitir o óbvio: este álbum é uma obra-prima, delicada, que traz novo fôlego ao jazz, tal como um cavalo de Tróia, ele revoluciona apartir de dentro. Na altura, foi marcante e ajudou a dar nova vida a esta corrente do neo-jazz.
Sonoramente maravilhoso e puramente viciante, pois o duo Koop, recorrem á memória geral que se tem do jazz para através de samples (parece impossível mas não se toca aqui um único instrumento - é tudo samples) se recriar uma sonoridade e a devolve para ser escutada como algo puramente novo.
Arranca com uma sequência que não dá para separar: "Waltz For Koop" > "Tonight" > "Baby" > e desenboca em "Summer Sun", que foi a loucura de verão nas pistas de dança de bom gosto. Há que destacar ainda faixas como "In A Heartbeat" (maravilhosa malha com uma toda quase tribal), "Modal Mile" (só o som do trompete a inicio...) e a que termina o disco "Bright Nights" é de uma melancolia jazzy (cantada pela oriental Yukimi Nagano) magestosa.
Este é um álbum neo-jazz brilhante, aclamado pela critica e vencedor de vários prémios. Altamente recomendado!!!
Depois de um álbum tão célebre como o de 2001, que já tinha seguidores no género, os Koop regressam com uma espécie de sucessor. "Koop Islands" é isso mesmo, uma espécie de continuação onde o duo aprofunda ainda mais a sonoridade neo-jazzistica e a catapultam para o imaginário dos anos 20.
Há decórs de festejos, brilhantina nos cabelos, há plumas, mulheres sedutoras, dança-se à moda antiga (levantando o pézinho e tudo). Os Koop conseguiam-no de novo e criavam um álbum tão bom quanto o antecessor, que perde apenas por não ser tão diferente e distinto. No fundo este é mais uma sequela, apenas refém de uma sonoridade que se tornou a imagem de marca dos Koop.
A destacar: "Koop Island Blues", "Come To Me", "I See A Different You", "The Moonbounce" (enebriante), "Beyond The Sun" ou "Whenever There Is You". "Koop Islands" aparentemente sem grande mudança formal, é um bom e belissimo álbum. É Koop!
Os Koop, lançam uma nova canção na recta final de 2007/2008, para apaziguar os desejos de um novo álbum, que os próprios dizem estar atrasado (na altura e no momento) devido ao processo de complexo que usam para canceber canções só com samples.
"Strange Love" é uma bela canção, onde dá para se ter uma ideia de uma sonoridade mais luminosa e fresca. Sabe a pouco... por ser tão boa!»
(TRANSCRITO de:Ecos Imprevistos )
DISCOGRAFIA COMPLETA:
Coup De Grâce 1997-2007_2010
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01. Koop Island Blues
02. Waltz For Koop
03. Come To Me
04. Forces? Darling
05. Summer Sun
06. Let's Elope
07. Tonight
08. Strange Love
09. Glömd
10. Baby
11. I See A Different You
DOWNLOAD
Koop Islands_2006
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01 - Koop Island Blues
02 - Come To Me
03 - Forces....Darling
04 - I See A Different You
05 - Let's Elopz
06 - The Moonbounce
07 - Beyond The Son
08 - Whenever There Is You
09 - Drum Rhythm A (Music For Ballet Exercises)
DOWNLOAD
Waltz for Koop "Alternative Takes"_2001
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1. Baby (O'Malicious Remix)
2. Tonight (Nicola Conte New Jazz Version)
3. Modal Mile (2 Banks of 4 Remix)
4. Summer Sun (Markus Enochson Remix)
5. Relaxin At Club F****n (Dorfmeister vs. Madrid de los Austrias Version)
6. Bright Nights (Rima Techno Chimp Dub Mix)
7. In a Heartbeat (Hird Remix)
8. Waltz for Koop (DJ Patife Remix)
9. Summer Sun (Carlito Remix)
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PASSWORD:www.chandias.blogspot.com
Sons of Koop_1997
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01.Introduktion
02.Glomd
03.Psalm
04.Bjarne Riis
05.Absolute Space
06.Words Of Tranquility
07.Salvation
08.Jellyfishes
09.Once Britten
10.Hellsbells
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Come to me (OFFICIAL VIDEO) HQ
3 comentários:
Olá!
Gostei muito do blog!
Vale ressaltar:
No álbum "Waltz For Koop", a primeira música, de mesmo nome, começa com a linha de baixo de "So What", gravada no disco "Kind Of Blue" de Miles Davis. E ilustra sutilmente o resultado jazzístico do álbum...
Eles fazem a música que eu sempre quis ouvir!
Sucesso!
Olá, Gabbrielly!
Gostei muito do seu comentário.
;)
Muito obrigado pelo elogio e pelos votos de sucesso.
Eu também gosto muito de Koop bem como de tudo o resto que se encontra neste Blog. O Muzica Putz reune practicamente toda a música que eu amo.
Cumprimentos e desejos de sucesso na vida.
Parabéns pelo blog. Muito boa música que não conhecia...
Tenho problemas no entanto em ouvir o
"Waltz for Koop". Consigo ir buscar o ficheiro, mas a palavra chave não funciona.
Cumprimentos,
Luís
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